terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O QUE COMEMORAMOS NO NATAL, o Evangelho segundo São Lucas

No Natal os cristãos comemoram o nascimento de Jesus.
Conta a Bíblia que, naqueles dias, o imperador César Augusto ordenou a toda a população que fosse à sua cidade para se recensear.
Assim, José da Galileia e a sua mulher, Maria, que viviam em Nazaré, partiram para a cidade de Belém.
Maria esperava um bebé, que estava prestes a nascer.
Nessa altura, eram tantas as pessoas que chegavam à cidade, que José e Maria não conseguiram encontrar alojamento. As estalagens estavam completamente cheias, e ninguém lhes dava guarida.
Depois de muito procurarem, José e Maria conseguiram abrigar-se num estábulo, o lugar onde dormem os animais.
E aí o menino nasceu.
Maria envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, que se tornou no berço de Jesus.
Ora havia, nos campos em redor, muitos pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite.

Estavam eles, muito tranquilos, a tomar conta das suas ovelhas, quando, de repente, lhes apareceu, vinda do céu, uma figura resplandecente, que iluminava tudo em redor.
Os pastores assustaram-se, mas o anjo - pois tratava-se de um anjo do Senhor - logo os acalmou:
- Não tenham medo, pois trago notícias que a todos alegrarão! Em Belém, nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor! E digo-vos como podereis encontra-lo: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.
Mal o anjo terminara estas palavras, apareceram muitos outros anjos, uma multidão dos exércitos celestiais, todos louvando a Deus e dizendo:
- Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.
 Os pastores ficaram a observar os anjos, maravilhados, e quando eles partiram para o céu disseram uns aos outros:
- Vamos até Belém, e vejamos o que aconteceu e que o Senhor nos fez saber.
Apressadamente, dirigiram-se à cidade, e ali acharam Maria, José e o menino deitado na manjedoura.
Tendo visto Jesus, os pastores começaram a contar a todas as pessoas que encontravam sobre os anjos que lhes tinham aparecido e sobre o que lhes tinham revelado sobre aquele bebé.
As pessoas ficavam também maravilhadas com as notícias. Mas Maria guardava as palavras que ouvia no seu coração.
Tendo espalhado a novidade do nascimento do Salvador, os pastores regressaram ao estábulo, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido dito.

A descrição do nascimento de Jesus que acabaste de ler é uma adaptação do Santo Evangelho segundo S. Lucas.

As fotografias do Presépio são da Ilona Bastos.

domingo, 19 de dezembro de 2010

PARABÉNS AOS ALUNOS E AOS PROFESSORES, de Ilona Bastos

O menino Nicolau, Sempé


Na sua crónica de hoje na revista Pública, Daniel Sampaio refere-se aos bons resultados obtidos pelos alunos portugueses no mais recente estudo internacional sobre o desempenho escolar de jovens de 15 anos nos vários países da OCDE. Neste estudo, denominado PISA (Programme for International Student Assessment) verifica-se que Portugal subiu 19 pontos na Leitura, 21 pontos em Matemática e 19 pontos em Ciência.
Na sua, como sempre interessantíssima e bem fundamentada, crónica, Daniel Sampaio chama a atenção para o facto  - nem sempre salientado por aqueles que têm comentado estes resultados positivos - de que os alunos estão de parabéns: "Portugal subiu na classificação da OCDE graças aos bons resultados obtidos pelos nossos estudantes."
Identificando as razões deste claro progresso e indicando o muito que ainda haverá por concretizar, o mencionado autor enaltece o maior e melhor trabalho dos professores e conclui, sem hesitações: "no Natal não esqueçamos: os dados de Pisa são uma boa notícia que os nossos jovens nos trouxeram."
Estão realmente de parabéns, os alunos, que estudaram e trabalharam com entusiasmo e ardor, assim aprendendo e conseguindo os bons resultados que agora  nos enchem de alegria.
O estudo, a aprendizagem e o conhecimento continuam a ser o melhor caminho de preparação para a vida e para a construção de um futuro mais risonho.
Os nossos parabéns aos alunos, e os votos de que os bons resultados alcançados incentivem todos os estudantes portugueses a dedicarem-se, com renovado empenho, ao estudo e às actividades escolares,  durante o novo ano que em breve se inicia.
A todos desejamos um 2011 cheio de sucesso!

sábado, 11 de dezembro de 2010

TEMPO DE NATAL, poesia de Maria da Fonseca

Walking to School, pintura de Veronika Nagy


Saem, de mochila às costas,
Os dois maninhos felizes.
A manhã está radiosa.
E co’os Pais, vão os petizes.


Tempo de Natal é frio.
Mas prà escola vão contentes,
O Vasquinho mais a Sara,
A sonhar co’os seus presentes.


As ruas, cheias de vida!
As montras, tão enfeitadas,
Atraem nossas crianças,
Que as contemplam, fascinadas.


- O helicóptero vermelho!
Vou pedi-lo ao Pai Natal.
A Mãe olha, atentamente,
Pra onde o Vasco faz sinal.


A Sara encosta-se ao vidro,
Pra ver o homem aranha,
Que, entre diversos brinquedos,
Assume posição estranha.


- Já são nove e vinte e cinco,
Temos de andar mais depressa,
A aula vai começar,
E a Mamã também tem pressa.


E todos vão muito alegres
Nesta quadra tão festiva.
O Menino vai nascer
Em ternura sempre viva!


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O ELÉCTRICO DE NATAL, história de Ilona Bastos


- Olha o eléctrico! Olha o eléctrico! - gritou o menino, excitado.
E a mãe espantou-se:
- Qual é a admiração, Júlio? Eléctricos há muitos!
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Mas o rapaz, agitado, puxava a mãe pelo braço, ao longo da Rua dos Fanqueiros.
- Quero ir no eléctrico!
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A mãe voltou-se e compreendeu. Todo engalanado de luzes e decorações natalícias, o eléctrico amarelo evoluía pela rua fora como um brinquedo gigante saído de um conto de fadas.
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O som dos cânticos de Natal invadia a rua, alegrando as pessoas que entravam e saíam das lojas, também elas enfeitadas para a quadra festiva.
O menino não hesitou quando o carro passou junto dele, e, de um salto, arrastou a mãe para o veículo, tropeçando nos degraus.
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Lá dentro, uma claridade especial fez mãe e filho piscarem os olhos, enquanto o palhaço Aboborinha os convidava a sentarem-se, com patuscos gestos das suas mãos enluvadas. O guarda-freio, que era o Pai Natal, acenou-lhes, satisfeito.
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Espreitando pela janela emoldurada de branco, parecia a cidade coberta de neve. E dentro da carruagem os bancos de madeira envernizada brilhavam com o esplendor dos arraiais.
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Os palhaços contavam anedotas, torcendo a boca pintada, em enormes gargalhadas. O Júlio ria, também, como que hipnotizado. A mãe, olhando em redor, sentia-se novamente menina, feliz, ansiando pelos presentes que o Menino Jesus deixaria junto à chaminé.
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Lâmpadas de todas as cores salpicavam a noite, formando desenhos de anjos, laços e azevinhos esvoaçantes e, ao fim de tantos anos, as velhas ruas da baixa lisboeta voltavam a surgir à mãe do Júlio como caminhos encantados, onde todos eram felizes e só a Alegria e o Amor imperavam.
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Na Praça do Comércio, o eléctrico parou, e os palhaços, com grandes acenos e sorrisos, despediram-se dos passageiros, entregando-lhes, à saída, um presentinho surpresa.
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- Feliz Natal! Feliz Natal! - entoavam as crianças e o Pai Natal.
- Festas Felizes! Festas Felizes! - cantavam o Júlio e a mãe.
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E aquelas palavras, repetidas vezes sem fim, soavam como badaladas de um sino em dia de festa.
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O Júlio voltou a agarrar o braço da mãe, desta vez para a levar até uma loja de brinquedos, onde um Pai Natal risonho guiava as suas renas pelo azul dos céus.
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A mãe seguiu o filho contrariada, sem desprender o olhar do eléctrico de Natal, onde um novo grupo de crianças iniciava o seu passeio.
Malicioso, o Júlio soltou uma gargalhada:
- Então, mãe! Eléctricos há muitos!


De 2 a 20 de Dezembro, em Lisboa, o  Eléctrico de Natal da Carris transportará os mais novos em viagens natalícias cheias de surpresas e momentos inesquecíveis.
O passeio é gratuito e realiza-se mediante inscrição das respectivas escolas. 
O Eléctrico de Natal funciona de segunda a sexta-feira, das 9H30 às 17H00, e aos sábados das 10H00 às 11H00.




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BALADA DA NEVE, poesia de Augusto Gil

Rita Bechtold -Mule Deer in Snow



Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.